AVALIAÇÃO ABRANGENTE DA QUALIDADE DE VIDA URBANA EM MAPUTO: UMA ABORDAGEM COMPOSTA
DOI:
https://doi.org/10.56346/ijsa.v7i8.313Palavras-chave:
Quality of Life; Maputo; Urban Indicators; Urban Planning; Composite Analysis; Public Policies.Resumo
O presente artigo científico teve como objectivo determinar o Índice de Qualidade de Vida da cidade de Maputo, analisando os factores que reflectem as condições de vida urbana e como podem ser optimizados para promoverem melhorias mensuráveis. Para isso, adoptou-se uma abordagem composta, integrando indicadores quantitativos objectivos e avaliações subjectivas da população. A análise objectiva resultou em um índice de 0.363, revelando deficiências significativas em aspectos ambientais, habitacionais, infraestruturais e sociais. O Domínio Ambiental apresentou o pior desempenho (0.028), evidenciando a carência de áreas verdes e a degradação ambiental, seguido do Domínio Físico (0.037), que expôs desigualdades habitacionais e desafios na segurança estrutural das moradias. O Domínio de Infraestrutura e Mobilidade (0.113) apontou avanços no acesso a serviços urbanos, mas persistem desigualdades na distribuição de água canalizada e saneamento, enquanto o Domínio Social (0.185) revelou progressos na esperança de vida ao nascer e na acessibilidade a serviços essenciais, mas também desafios em educação, segurança e mercado de trabalho. A abordagem subjectiva apresentou um índice de 0.35, reflectindo a insatisfação da população em relação às suas condições de vida. A combinação das abordagens objectiva e subjectiva resultou em um Índice de Qualidade de Vida Composto de 0.356, classificando a Qualidade de Vida como baixa. Conclui-se que melhorias significativas demandam investimentos em infraestrutura verde, gestão ambiental, habitação, saneamento, mobilidade, educação, emprego e segurança pública, reforçando a necessidade de um planeamento urbano integrado e participativo que atenda às reais necessidades da população.
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